sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


 A FONTE DA JUVENTUDE

            Estive, nesta sexta-feira, em tarde festiva, em comemoração ao aniversário da minha amiga Marísia Vieira, presidente do CLIPE- Centro Literário Pelotense e membro da Academia Sul- brasileira  de Letras.
            Rimos muito, contamos novidades, nos emocionamos com as homenagens carinhosas da aniversariante. A casa de chá estava lotada, mesas foram agrupadas umas às outras para melhor acomodar tantas amigas e colegas. Pessoas que foram sendo cativadas e passaram a fazer parte de uma imensa família.
            Seu rosto, emocionado, quando foi cantado o Parabéns a Você, irradiava felicidade. Como queixar-se de solidão, quando se utiliza com sabedoria a capacidade natural de sorrir, de fazer amigos, de ouvir, de dar uma palavra de consolo ou de puxar a orelha na hora certa? Somente quem vive o amor no seu cotidiano, como se fosse uma jardineira espalhando sementes de generosidade, consegue  ter a graça de obter tão farta colheita.
            Durante umas duas horas de uma tarde onde o sol torrava, desfrutei da companhia agradável de um grupo de pessoas que beirava ou adentrava a tão estudada e catalogada Melhor Idade. Nem todas estavam desfrutando de plena saúde física, algumas até comentaram sobre tratamentos ou exames a serem feitos. Talvez a maioria tivesse problemas a serem resolvidos para ontem, contas a pagar, cheques a cobrir, e quase a totalidade utilizasse para seu sustento a mesma aposentadoria do governo que o restante da população.
            Eram pessoas comuns, com problemas comuns, mas com algo incomum em comum: mente ativa e inquieta, alegria, gosto pela vida, olhar curioso e inconforme, próprios do poeta, do artista, do pensador.
E nos gestos, e em cada palavra dirigida, nessa grande orquestra de vozes e risos, que se podia ouvir lá da calçada, uma grande dose desse elixir, incansavelmente procurado por todos, que dá esse vigor, essa beleza própria de um viver bem vivido, que só a Idade da Sabedoria consegue  revelar naturalmente.
Saí de lá me sentindo mais viva do que nunca, criativa e valorizada, tendo bebido em taças do elixir da Fonte da Juventude: a generosidade.
Bel Plá