terça-feira, 3 de setembro de 2013

Novo texto para a Ciranda

Cisma de tropeiro

Fogo de chão... brasa acesa,
um tropeiro a cismar.
Aqui tão longe dos pampas,
tem horas que a saudade é tanta
e a vontade de voltar.
Madrugada, campereava
no lombo do seu matungo,
na chuva ou na geada,
não era dono de nada,
mas tinha um pedaço de chão.
Era uma vida bem simples
peleando de sol a sol.
Não tinha luxo nem renda,
nasceu naquela fazenda,
seu pai era o peão.
Cresceu, aprendeu a lida,
seguiu os passos do pai.
Mas o cheiro do progresso
seduzindo aquele moço
traçou rumos desiguais.
Na cidade o passo é outro,
desacorçoado então
vê sua vida se findar.
É só um tropeiro a cismar...
- Por que deixei meu rincão?

            Bel Plá

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