Folheio distraída, a recheada e gorda agenda de 2012 com apenas algumas folhas em branco. Desfila mês a mês o registro do ano que termina.
Desordenada, condensa nas primeiras páginas o possivelmente mais importante - telefones de urgência, sempre à mão, em números graúdos, oração à Jesus “quando se sentir só e desamparada”. Dispersando-se por todas as outras, haicais, poemas incompletos, inicios de contos, rabiscos apressados de ideias pensadas ao acaso . Estufam suas páginas, marcadores de livros autografados, cartões de visita, guardanapos de papel em caligrafia diferente, nomes, endereços, telefones, e-mails, lembretes - “para entrar o ano sempre de bom humor: organize sua rotina.”
Arquivada a vida prosaica e comum de uma habitante de Pelotas na época atual – apressada, repleta de obrigações algumas autoimpostas, chocando-se inclusive nas listas diárias de uma caderneta. Ou melhor, parte da vida limitada aos deveres, com fugas ocasionais às veredas do sonho, repetidos num círculo fechado – contas, boleto de banco, comprovante de cartão, endereços, contas, horários de médico, reunião, trechos de atas, comprovante de débito, convites, contas, lembretes, avisos, reunião, e-mails, contas.
Bem no início, epígrafe de Érico Veríssimo – “quando os ventos de mudanças sopram, algumas pessoas erguem barreiras, outras constroem moinhos de vento.” Quanto malabarismo é necessário para se derrubar barreiras e quantos moinhos permanecem no papel ou nas ideias...
No canto esquerdo da escrivaninha a nova agenda espera. Sem passado, cheiro bom, fina, as páginas no aguardo, lisas e macias. O 2013 proeminente para evitar confusões e esquecimento. Afinal ela é o clone da memória.
Gosto dela assim, de papel. Impossível resistir-se a uma análise do que foi pensado, executado ou ainda permanece na intenção. Mais difícil ainda não ceder á esperança de melhor programação para o ano que vem por aí. Eis, pois que, na primeira novíssima página, folha já com um lembrete:
“Minha ignorância,
Meus apegos,
Meus desejos,
Meus ódios.
Na verdade, meus inimigos”
Dalai Lama
No horizonte nova batalha. Que assim seja.
Feliz ano novo!
Vilma Avila Vianna
Desordenada, condensa nas primeiras páginas o possivelmente mais importante - telefones de urgência, sempre à mão, em números graúdos, oração à Jesus “quando se sentir só e desamparada”. Dispersando-se por todas as outras, haicais, poemas incompletos, inicios de contos, rabiscos apressados de ideias pensadas ao acaso . Estufam suas páginas, marcadores de livros autografados, cartões de visita, guardanapos de papel em caligrafia diferente, nomes, endereços, telefones, e-mails, lembretes - “para entrar o ano sempre de bom humor: organize sua rotina.”
Arquivada a vida prosaica e comum de uma habitante de Pelotas na época atual – apressada, repleta de obrigações algumas autoimpostas, chocando-se inclusive nas listas diárias de uma caderneta. Ou melhor, parte da vida limitada aos deveres, com fugas ocasionais às veredas do sonho, repetidos num círculo fechado – contas, boleto de banco, comprovante de cartão, endereços, contas, horários de médico, reunião, trechos de atas, comprovante de débito, convites, contas, lembretes, avisos, reunião, e-mails, contas.
Bem no início, epígrafe de Érico Veríssimo – “quando os ventos de mudanças sopram, algumas pessoas erguem barreiras, outras constroem moinhos de vento.” Quanto malabarismo é necessário para se derrubar barreiras e quantos moinhos permanecem no papel ou nas ideias...
No canto esquerdo da escrivaninha a nova agenda espera. Sem passado, cheiro bom, fina, as páginas no aguardo, lisas e macias. O 2013 proeminente para evitar confusões e esquecimento. Afinal ela é o clone da memória.
Gosto dela assim, de papel. Impossível resistir-se a uma análise do que foi pensado, executado ou ainda permanece na intenção. Mais difícil ainda não ceder á esperança de melhor programação para o ano que vem por aí. Eis, pois que, na primeira novíssima página, folha já com um lembrete:
“Minha ignorância,
Meus apegos,
Meus desejos,
Meus ódios.
Na verdade, meus inimigos”
Dalai Lama
No horizonte nova batalha. Que assim seja.
Feliz ano novo!
Vilma Avila Vianna
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