sábado, 17 de agosto de 2013

Ciranda dos Pagos

Novos textos para Ciranda:

Veterano

Vejo-te à luz de cada madrugada
quando o sol ainda se espreguiça
escondido no horizonte!

Olhar aceso,
sorriso franco,
alheio ao tempo,
vais ao encontro do zaino
à espera no potreiro!

Relembro teus pensamentos
quando trocamos ideias.

"Não importa chuva, o vento...
Não importa frio intenso...
Posso sair por aí!
Posso ser livre e feliz!"
Yeda Araujo Pereira


DESPEDIDA

Vou me despedir, minha hora chegou,
se tenho que ir embora, então eu vou.
Deixo minhas paredes, minha vida,
o pampa amado, que me deu guarida.

Foram tempos belos, não tenho queixa,
não falo do amor, a emoção não deixa.
Despeço-me das ruas, casas, praças,
da nuvem no cerro, feito fumaça.

Levo saudade, embora sem temor
da cidadezinha cheia de encanto,
onde a amizade me fez ver o amor.

E mesmo tão longe, esses sonhos meus
vão me acompanhar, sempre recordando,
da cidade linda, a quem digo adeus.
Bel Plá

Ciranda dos Pagos

Novos textos para a Ciranda:

Chinoca

Mal a noite recolhe seu manto,
E os primeiros raios de sol tingem o céu,
Monto no meu cavalo baio,
E ganho o mundo, ao léu.

Assoviando um trecho rancheiro,
Ganho o mundo na maior solidão,
Não tenho carreta, não tenho tapera,
Nem mesmo tenho um cão.

Procuro nos pagos da vida,
Em costeados que nem tem fim,
Uma chinoca prendada, vivida,
Que cuide muito bem de mim.

Coma do meu arroz carreteiro,
Embalado por um chimarrão,
Nas moitas, que me cobrem do vento,
Ao lado de um fogo de chão.

Tem que ser uma dona experiente,
Que mexa bem a panela,
Pra se agarrar na minha cintura,
E eu, na cintura dela.
Marilena Abud

Minhas saudades


Lá por entre as coxilhas
moram as minhas saudades.
Frágeis como as nuvens
que passam,
densas como o arvoredo
que balança com o vento,
imponente.
Livres para voar,
lançam-se nas montanhas
e alcançam o infinito.
Minhas saudades não choram...
(...)
silenciosas,
oram,
repousam,
no seu lugar de paz.
Bel Plá