sexta-feira, 12 de julho de 2013

Novos textos para a Ciranda dos Pagos:

CARRETAS

Carregas estafas e andanças
e em mim a outrora criança:
ressoam cirandas e lanças.
E o gemido de liberdade
é um aboio nos confins da terra.

Carretas, rondas do tempo,
maniáticas de sóis e lunaréus.

Nave do nauta telúrico,
rancho sobre duas luas,
gêmea de pampas, estrelas e léus,
roçando várzeas, lançantes,
traçando cíclica gesta:
esperanças, trabalho e terra.

Nas lonjuras dos caminhos,
sofrendo encruzilhadas e escarcéus,
arremataste ao gaúcho
verdades abertas no céu.


DO JOGO E DOS CAMBICHOS

Cambichos de suerte
tranqueiam lerdos
e sorros malevas esporeiam
o coração solito
de muitas canchas.

Culo e suerte!
Na tava da vida
a coima é maior
pra quem aposta por fora!

Gineteio
e me solto campo fora
no potreiro do amor.
Freio nos dentes,
amasso flechilhas
e margaridas-do-campo.

Aporreados potranqueiam
os pelos dos cambitos
andarengos.

O desafio é a tirada das coscas.
E ai de quem não se gruda
nas quilinas do matungo!

Culo e suerte!
Na tava da vida a coima é maior
pra quem joga forte!
              Joaquim Moncks 

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